A falta de espaço para expansões é quase um problema universal para os parques temáticos. O próprio Walt Disney não previu esse problema quando adquiriu o terreno para a construção do Disneyland Park, nos anos 50, e até hoje o complexo em Anaheim sofre com a questão. O Universal Orlando Resort infelizmente sofre do mesmo mal.

Basicamente, o lar das atrações mais hypadas de Orlando hoje está lotado. Em seus atuais 2 milhões e 189 mil metros quadrados, ocupados por dois parques temáticos (Universal Studios Florida e Islands of Adventure) e o complexo de entretenimento CityWalk, não há mais espaço. Portanto, nada mais natural que a a Comcast Corp, dona do grupo Universal, esteja em negociações para adquirir um pedaço de terra de nada menos que 1 milhão e 821 mil metros quadrados para expandir nos próximos anos.

Não chegaria nem próximo do tamanho colossal do Walt Disney World Resort, mas seria o suficiente para a construção de ao menos dois novos parques – o Universal Studios Florida, por exemplo, ocupa 433 mil metros quadrados. O problema, porém, é a distância desse novo pedaço de terra em relação ao complexo atual, de quase 6,5km de distância. É pouco, quase o mesmo que o Magic Kingdom ao Epcot, mas a Universal não seria dona de tudo que está nesse percurso, inviabilizando a construção de um transporte alternativo entre ambos, como a Disney faz com o Monorail.

Mais do que isso, tal compra mudaria a maneira como o Universal Orlando Resort se posiciona na região. O complexo se utiliza – e muito bem! – do fato de ter seus dois principais parques próximos uns aos outros (ele também é dono do Wet’n Wild). O visitante chega pela manhã, para seu carro no estacionamento, e pode transitar tranquilamente, em menos de 10 minutos, entre os dois parques. Agora, inclusive, via atração, com o Hogwarts Express das áreas de Harry Potter.

Claro, a Universal sabe de tudo isso. Ao contrário das décadas anteriores, em que carecia de um planejamento a longo prazo pois mudava de dono a todo instante, ela parece saber qual direcionamento quer seguir e para onde quer crescer. E tudo indica que esse caminho inclui a chegada de mais hotéis próprios e de um novo parque temático (o aquático eles já garantiram para 2017) na região, o que incentivaria a Universal ainda mais a controlar o transporte entre suas duas propriedades.

Uma rede de ônibus próprios, como a Disney tem, pode parecer a solução mais fácil, mas poderia esbarrar no trânsito notório que há nessa parte de Orlando, causado pelo próprio fluxo para os parques – nada comparado à São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer capital brasileira, mas chato o bastante para quem está de férias e quer relaxar. Outra opção seria trabalhar em conjunto com a cidade de Orlando para construir uma linha ferroviária na avenida Universal Boulevard. Uma linha de trem dedicada, especialmente algo como um monorail, poderia mover mais pessoas do que um sistema de ônibus, porém com um custo mais elevado. São apenas algumas das opções que a empresa teria que considerar caso a compre seja efetuada.

Enquanto isso, o complexo segue com o problema de espaço. Sem ter onde colocar suas novas atrações, acaba substituindo tudo que esteja um pouco mais antiguado por brinquedos novos e desagrada uma parte de seus fãs (veja mais no nosso canal do YouTube). Aguardamos ansiosos por mais notícias sobre o tema num futuro próximo!