Que o jornalismo já não é mais o mesmo, infelizmente muitos de vocês já sabem. É raro passar um dia sem nos depararmos com uma notícia mal-escrita, mal-apurada ou, pior, cheia de erros mesmo. As causas para esse declínio são muitas, e com certeza o assunto merecia um post a parte dedicado a ele.

Resumidamente, o que ocorre no Brasil é o enxugamento das redações dos principais veículos brasileiros, cada vez mais enxuta. Antes, o que era feito por uma equipe de dezenas, hoje é realizado por meia dúzia de jornalistas, que tem que se desdobrar para fechar páginas e página de um jornal, enquanto ainda atualizam a versão online, as mídias sociais, gravam vídeo, postam no Instagram com a hashtag correta, e por aí vai. A competição entre impresso e online é gritante, e o mesmo acontece também no online vs. online. Quem dá a exclusiva mais rápido é o “vencedor” nessa louca batalha por mais cliques, mais audiência, mais seguidores. Nesse novo cenário, acaba se tornando mais vantajoso aos olhos dos veículos empurrar para o público um texto qualquer, sem checagem de dados, para garantir uma maior audiência ou maior vendagem, não importa o tipo de mídia. E quem sai perdendo é o consumidor, que deve engolir esses textos porcos que citamos no início.

Essa atual conjuntura, por si só, já é revoltante, não importa o tema tratado. Mas vamos tratar da parte que nos interessa, e você provavelmente sabe do que estou falando. À época do lançamento das áreas de Harry Potter nos dois parques Universal em Orlando, era gritante a quantidade de veículos não-especializados em parques temáticos afirmando se tratar de um PARQUE dedicado à criação de J.K. Rowling. Em 2015 e 2016, o fenômeno voltou com força. Tivemos centenas de matérias anunciando, erroneamente, o novo parque temático de Star Wars ano passado e, na última semana, mais uma leva falando sobre o Universal Studios Japan  ganhar uma área tematizada da Nintendo. Claro, segundo a maioria esmagadora de veículo que deu a notícia aqui no Brasil, a tal área virou um PARQUE inteiro da Nintendo.

Além da questão gravíssima do jornalismo decadente no País, acreditamos mesmo que uma informação errada nesse nível pode causar enorme frustração nos visitantes quando viajam. Afinal, temos de concordar que por mais incrível que uma área dedicada a seu filme/série/assunto favorito seja (e a The Wizarding World of Harry Potter faz isso com maestria, assim como a Cars Land), trata-se apenas de uma área limitada, com entre 2 a 5 atrações e uma meia dúzia de restaurantes e lojas, e isso nunca irá se equiparar a um parque temático inteiro.

O Parkaholic entrou em contato com diversos desses veículos, sempre que viu matérias utilizando o termo incorretamente, tentando esclarecer a questão e pedindo a alteração de PARQUE para ÁREA. Alguns chegaram a corrigir; outros responderam (pasmem!) que sabiam do erro sim, mas que o termo PARQUE chama mais a atenção do que ÁREA, e por isso iriam deixar dessa maneira no título da matéria e em posteriores chamadas em Facebook, Twitter e afins. Tudo para ter mais audiência.

Foi a gota d’água na questão. Não dá para defender um veículo que sabe que está cometendo um erro e o mantém, tudo para enganar o leitor e ganhar seu valioso clique e/ou dinheiro na compra do impresso. É a afirmação incontestável de que vale de tudo para conseguir a maior audiência, até mesmo uma informação errada.

Estamos cansados disso, e vamos ser cada vez mais pró-ativos na questão. Passaremos a buscar TODOS os veículos que derem a notícia de maneira errônea, e queremos contar com a ajuda de vocês nessa causa. Denuncie nos comentários abaixo ou em nossas páginas sempre que vir uma matéria chamando ÁREA de PARQUE, e faremos nossa parte. Como em todos os âmbitos de nossas vidas, não adianta reclamar e ficar parado, sem fazer nada para mudar a situação. Faremos nossa parte nesse assunto que nos tange, para que, a cada dia que passe, o público brasileiro tenha o melhor acesso às notícias sobre parques temáticos NÃO IMPORTA A FONTE e, numa maior escala, um jornalismo mais competente, cuja preocupação seja a divulgação dos fatos corretamente.