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Para onde vai o Disney’s Hollywood Studios?


Há alguns anos falamos aqui no Parkaholic da transformação do Disney’s Hollywood Studios. E acertamos nossas previsões! Nos último anos, o parque teve a inauguração da Toy Story Land (2018) e da Galaxy’s Edge (2019), numa reformulação aguardada por toda a indústria e que pretendia transformar o parque trinta anos depois de sua inauguração.

“Estamos dando um grande passo na evolução do Disney’s Hollywood Studios, transformando-o de um lugar que leva você aos bastidores do cinema para um que realmente coloca você e sua família no centro da ação”, afirmou Bob Chapek, na época chairman dos parques Disney, durante o evento de inauguração da Toy Story Land há quatro anos. O tom era o mesmo no discurso de Kathy Mangum, da Walt Disney Imagineering, no evento para imprensa: “A Toy Story Land é realmente apenas o começo. Nós começamos uma transformação de vários anos neste parque e estamos muito animados com isso. Ele ainda tem algumas de nossas atrações favoritas do Walt Disney World… só estamos melhorando-o”.

As mudanças ocorrem em meio a grandioso período de investimento no Walt Disney World Resort. A Disney deve gastar cerca de 4,6 bilhões de dólares em projetos nos próximos anos, e a maior parte disso está indo para a área de parques e resorts.

“Nós abrimos o Pandora – The World of Avatar no Animal Kingdom, a Toy Story Land, e a Star Wars: Galaxy’s Edge no final de 2019 como parte de nossa transformação total do Disney’s Hollywood Studios”, afirmou o presidente do Walt Disney World Resort, George Kalogridis, em 2018. “São três novas terras em três anos. Nós agora chamamos isso de trifecta do parque temático da Disney. Este tem sido o período mais significativo de crescimento da Disney nos últimos 20 anos”.

E mais um parque está passando por uma grandiosa transformação, o Epcot (mas isto é tema para um próximo post…).

O começo: Disney MGM-Studios

Entrada do Disney-MGM Studios em 2006, antes do nome ser alterado para Disney’s Hollywood Studios

Este crescimento da Disney não está acontecendo do anda: o vizinho e rival Universal Orlando Resort há anos está investindo dinheiro em seus parques temáticos e hotéis, desde que a área original de Harry Potter deu um boost no número de visitantes no complexo em 2010. “Os tempos mudam, e você tem que evoluir junto”, disse Greg Antonelle, diretor da agência de viagens MickeyTravels, com foco na Disney. “A Universal, eu acho, ensinou isso um pouco com a [adição] de Harry Potter há alguns anos”.

Na realidade, a competição entre as duas empresas sempre foi feroz em Orlando. Assim que o Universal Studios anunciou seu primeiro parque na região, o Universal Studios Florida, a Disney correu para abrir um parque com a mesma temática em seu complexo que já tinha dois parques (o Magic Kingdom e Epcot). Assim surgiu o Disney-MGM Studios, inaugurado em 1989. O parque da Universal só conseguiu abrir as portas no ano seguinte, em 1990, e acusou a Disney de roubar seus planos. “Foi um parque complicado desde o começo, porque foi montado de forma relativamente rápida”, disse o ex-executivo de recursos humanos da Disney, Duncan Dickson. “Ele foi criado para neutralizar o parque da Universal. O [Chairman e CEO] Michael Eisner disse: façam isto, e nós fizemos”. A Disney sempre negou as acusações, mas a rivalidade continuou e aumentou nos próximos anos.

Ambas as empresas planejavam transferir a produção cinematográfica e televisiva para os parques da Flórida e oferecer atrações que mostrassem os bastidores da indústria. Cada uma supostamente gastou nada mais, nada menos que cerca de 500 milhões de dólares em seus novos parques.

A mudança: Disney’s Hollywood Studios

Mas, com o tempo, o Disney-MGM Studios foi adicionando outro tipo de atração, baseadas em franquias conhecidas. Primeiro veio o Muppets 3-D, em 1991, que sobrevive milagrosamente até hoje. No ano seguinte foi a vez de outro sobrevivente, o show Voyage of the Little Mermaid, inspirado em A Pequena Sereia. E, no fim dos anos 90, a chegada de duas favoritas dos visitantes: as atrações radicais Tower of Terror e Rock ‘n’ Roller Coaster Starring Aerosmith.

Até que, em 2007, a Disney anunciou que o Disney-MGM Studios seria renomeada como Disney’s Hollywood Studios, a partir de 7 de janeiro de 2008, com o fim do tumultuado contrato firmado entre a empresa e a gigante do cinema, MGM, para uso de nome e suas propriedades intelectuais no parque.

E onde foram parar os tais bastidores da indústria, as produções cinematográficas prometidas na inauguração do parque? Tanto a Disney quanto a Universal descobriram rapidamente que a parte de produção no local não se tornaria realidade, por diversos problemas de custo e mesmo mudança de paradigmas, e mantiveram seus estúdios em pleno funcionamento lá na Califórnia.

Com isso, a ideia de estarmos no meio de um “backstage” acabou se tornado falsa. No Universal Studios Hollywood, por exemplo, as fachadas falsas e os materiais de acabamento eram componentes genuínos da produção cinematográfica que acontecia no backlot do parque. Nos outros parques do mundo, incluindo estes de Orlando e o Walt Disney Studios Park em Paris (que também está abandonando este tipo de temática), isso ficou muito fake.

E também ultrapassado. No século 21, os consumidores tornaram-se criadores. Crianças de nove anos estão usando Chroma key e After Effects para criar curtas-metragens com aparência profissional no YouTube. Creators inventivos fazem maravilhas com edição no TikTok. Quem se importa em visitar um estúdio de cinema? 

Tanto que nem mesmo a empresa que inventou este tipo de parque os constrói mais. Os parques mais recentes do Universal Studios passam longe disso. No Universal Studios Singapore e Universal Studios Beijing, você não encontra fachadas falsas e este conceito de “estamos gravando um filme” nas atrações. Ao invés disso, nas atrações baseadas em Transformers, Madagascar e Shrek, você mergulha nas narrativas dos próprios filmes. Eles abandonaram sua velha maneira de simplesmente nos colocar no processo de criação dessas narrativas.

O futuro: Disney’s Adventure?

O que nos remonta para a pergunta que fazemos desde 2015, lá no artigo que citamos no começo. Qual poderia ser o novo nome para um parque que, de estúdio, não tem mais nada?

Eu sempre gostei muito de algo na linha de “Adventure”, porque, se você tentar colocar todas as franquias que estão lá hoje, este talvez seja o único ponto de contato entre elas. Uma das frases mais recentes sobre o parque indica que a própria empresa enxerga o Disney’s Hollywood Studios neste caminho:

“Desde os primeiros dias de produção de filmes até o foco de hoje de envolver os visitantes, colocando-os na história, o Disney’s Hollywood Studios seguiu um arco incrível ao longo de três décadas”, disse Phil Holmes, vice-presidente do parque. “Estou emocionado com sua transformação e ansioso por um futuro emocionante. Dadas todas as atrações novas e futuras, nossa mensagem para os visitantes é clara: deixe suas aventuras começarem no Disney’s Hollywood Studios”.

Mas, depois de uma D23 Expo sem novidades concretas para o parque em 2022, fica difícil dizer se e quando esta importante mudança de branding do parque virá. Será no aniversário de 40 anos, em 2029?


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