Tipo: dark ride suspensa
Duração: 4 minutos e 30 segundos
Tamanho das filas: pequeno 
Filas especiais: Universal Express
Termômetro do medo: 0 de 5 
Possibilidade de ficar molhado: 0 de 5 
Restrição de altura: crianças com menos de 86cm não podem entrar na atração

Tenho uma má notícia para os saudosistas. Se você busca atrações clássicas e icônicas no Universal Studios Florida, o E.T. Adventure é sua única opção. Depois do fechamento do brinquedo do filme Tubarão em 2012 para a chegada da Diagon Alley, esta é a única atração do parque presente desde a inauguração, em 7 de junho de 1990.

Apesar de um tanto ultrapassada, a E.T. Adventure se mantém como uma das melhores atrações infantis do complexo da Universal Studios e uma ótima adaptação do universo cinematográfico para um parque temático.

Universal tentando ser Disney

Quando planejou sua antecipada (e enrolada) ida da Califórnia para Orlando, o Universal Studios se preocupou em atender a uma audiência mais velha, e não focar em família e crianças. Mas não poderiam ignorar totalmente este nicho. A E.T. Adventure veio para atender a esta demanda, junto com o simulador Funtastic World of Hanna-Barbera (atualmente lar da Despicable Me). Para isto, resolveu brincar de imitar a concorrência.

E não sou eu quem está dizendo isto, e sim Jane Jackson, a show producer da atração. “E.T. é a coisa com cara mais de Disney do parque. Ela lida com fantasia. Kong e Jaws lidam com terror, enquanto esta atração é festiva e divertida”. Tentando, então, se aproximar do estilo Disney de ser, a empresa adaptou a história do longa para uma dark ride. Com um adendo: a trama tem uma continuação no brinquedo, e leva os visitantes, montados em suas bicicletas, para o planeta do próprio E.T. – algo que não é mostrado no longa.

A fila perfeita

Consultor de todos os parques Universal Studios, Steven Spielberg participou ativamente do desenvolvimento da E.T. Adventure, desde sua concepção até os dias de hoje. É dele o pré-show atual, em que explica (em vídeo) que E.T. precisa de nossa ajuda para voltar para casa. Seu lar, Planeta Verde, está morrendo, e somente seu dedo de cura pode salvá-lo.

Em seguida, o brinquedo parte para sua melhor parte: a fila. Parece estranho dizer isto, mas, ao lado do castelo de Hogwarts, esta é a melhor fila de Orlando. Única, cheia de detalhes, vale cada minuto que passamos lá dentro.

Você começa a experiência ao entrar em uma floresta, onde a polícia está procurando por você. É tudo bem real. O lugar, totalmente fechado, é cheio de árvores e escuro, como se estivesse de noite. O ar esfria e o cheiro de natureza prevalece. É um nível de detalheamento como pouco se vê numa fila, mesmo na Disney.

O professor de E.T, Botanicus – um alienígena estranhão com pedaços do corpo parecidos com uma árvore -, também faz uma aparição aqui. De vez em quando ele vai falar como está desesperadamente esperando pelo retorno de E.T, e como devemos ajudá-lo nesta jornada. A fila continua, e os visitantes dão de cara com diversos itens importantes, como o brinquedo que soletra “HELP” (“AJUDA”). Não é tão longa quanto Hogwarts, porém é uma experiência inesquecível.

Ajudando E.T.

Na hora de embarcar no carrinho, outra surpresa. Ele foi substituído por bicicletas, para entrarmos ainda mais no clima do filme. Se conseguir, tente ir na primeira fileira, já que o próprio E.T. fica escondidinho na cestinha e aparece de vez em quando durante o percurso. Até os anos 2004/2005, era possível escolher entre isto e uma nave espacial, idêntica a do final do filme, que foi retirada do brinquedo.

Montados na nossa bicicleta, começa uma corrida pela floresta – bem similar à da fila -, com a polícia no nosso encalço. Caminhonetes surgem de todos os lados, e também lanternas, policiais. Em determinado momento ficamos encurralados. E aí que E.T. se levanta da cestinha e nos faz voar, em mais um momento retirado diretamente do filme. A trilha de John Williams – compositor do longa que repetiu o papel na E.T. Adventure – invade nossos ouvidos enquanto voamos pelor ar. Puro êxtase, em especial para os pequenos!

 É neste voo em que vamos parar no planeta de E.T. Uma empresa de Jacksonville, na Flórida, foi contratada para a construção de 300 personagens, plantas e animais do tal universo inédito. Os Audio-Animatronics são todo controlados por um computador central, que acionam cada boneco à medida que o carrinho dos visitantes passa pelo local (utilizando sensores infravermelhos).

Assim que E.T. chega ao Planeta Verde, seus amigos doentes vão se recuperando. Logo tudo vira festa e dezenas de E.T. em versões pequeninas (e fofas) celebram com muita música e festa. É simples, até um pouco besta, mas encantador.

Passaporte Interplanetário

Para viajar até o planeta de E.T., nada mais apropriado do que a necessidade de um passaporte. Mas não qualquer passaporte. O Universal Studios criou o Interplanetary Passaport (“Passaporte Interplanetário”) especialmente para a atração.

Na entrada, logo após o pré-show, “assistentes” de Spielberg se sentam numa espécie de escritório para coletar o primeiro nome de todos os visitantes para o documento. O próprio visitante leva o passaporte (nada mais que um cartão com o desenho da entrada) até o ponto de embarcar no carrinho e o entrega lá. Ao final, uma grata surpresa: E.T. diz “Adeus, Fulano” para cada um dos visitantes (ou quase todos) que estão sentados com você.

O truque nada mais é que um sistema de leitura de código de barras avançado. Hoje, infelizmente, já não funciona tão bem; falha e às vezes diz nomes aleatórios e não o seu. Mas confesso que me proporcionou momentos de muita felicidade quando era menor e ouvia o “Goodbye, Renata…”.