Pandora e Volcano Bay abrem as portas para o público em Orlando
Fim de maio e início de junho é uma época animadora para os parkaholics. Assim como na indústria de cinema, o verão norte-americano é o período premium do ano, perfeito para inaugurar os grandes lançamentos da temporada. Já há alguns anos os complexos de parques temáticos Orlando e Califórnia entraram com tudo nesta tendência, e 2017 não poderia ser diferente. A temporada de inaugurações começa esta semana com duas novidades dos dois maiores players na Flórida, e que prometem aumentar (ainda mais) o número de visitantes na região.
Pandora – The World of Avatar
De um lado vem a Disney, com a maior expansão de um de seus quatro parques do Walt Disney World Resort desde a New Fantasyland – aberta em fases, ela foi finalizada de vez em 2014 com a chegada da Seven Dwarfs Mine Train.
A Pandora – The World of Avatar não foi sempre a unanimidade que de hoje. A empresa foi criticada por escolher um filme que não tinha a garantia de sucesso de um Harry Potter. Mas a combinação da natureza alienígena e mensagem de preservação de Avatar, o longa de 2009, encaixava perfeitamente com os conceitos por trás do Animal Kingdom, e a Disney seguiu em frente. Teve ao seu lado o diretor James Cameron e produtor Jon Landau, conhecidos por se dedicar exaustivamente a seus projetos, e que se envolveram em todas as estapas do desenvolvimento da nova área.
Quatro anos de construção depois, e com um orçamento de 1,4 bilhão de dólares, Pandora – The World of Avatar abre ao público no dia 27 de maio (para se ter uma ideia, a Shanghai Disneyland demorou cinco anos e custou 5 bilhões de dólares). Até o momento, as críticas são positivas. Talvez mais até do que a Disney estivesse esperando.
Ao atravessar o portal (leia-se “ponte”) na parte esquerda do Animal Kingdom, os visitantes se aventuram por 4,4 milhões de anos-luz através do universo para chegar ao planeta Pandora. Numa continuação direta do filme, a corporação do mal foi embora, e a Alpha Centuri Expeditions é nosso guia para mostrar tudo de melhor do mundo habitado pelos Na’vi.
Na busca por imersão total, a Disney foi além. As paisagens parecem transportadas diretamente do longa, com a já icônica pedra flutuante por cima de tudo. Quase não há placas de sinalização na área. Os cast members, treinados à perfeição desde a D23 Expo 2015, não são mais empregados da Disney, e sim da ACE, guiando-nos por este novo mundo. O veredito é que você pode ser um fã de Avatar ou o mais desligado visitante que não liga para nada disso, e vai ficar impressionado pelo que o Animal Kingdom criou.
Complementam a nova área duas atrações bem diferentes entre si. A primeira é um tipo de brinquedo que a Disney não faz nos Estados Unidos há quase 30 anos: um passeio de barco, à lá Pirates of the Caribbean. Na Na’vi River Journey as plantas se curvam quando criaturas misteriosas pousam em suas folhas brilhantes. Enormes insetos semelhantes a centopéias se contorcem nos galhos. E o mais caro Audio-Animatronic da história, a Shaman of Songs (“Xamã das Músicas”) é o destaque, quando aparece se movendo move e cantando enquanto se relaciona com o mundo natural ao seu redor. Uma narrativa simples, feita de maneira impecável, destinada para toda família.
Se você, como eu, ainda não tem previsão para ver esta maravilha ao vivo, segue um vídeo completo da Na’vi River Journey:
A outra atração é um pouco mais radical. A Flight of Passage é um simulador na mesma linha do sucesso Soarin’. Porém vai além, criando a sensação de voar como em nenhum outro brinquedo de um parque. A experiência toda é uma alusão a um momento específico do filme, em que a raça Na’vi é “conectada” a um Banshee específico, animal voador de Pandora utilizado para locomoção e em guerras.
Não é somente na tela que o visitante se sente montado em seu próprio Banshee. O animal “respira” entre nossas pernas, num veículo criado especialmente para a atração. De novo, é possível ver na íntegra a Flight of Passage no vídeo abaixo:
Pandora – The World of Avatar tem ainda uma lanchonete com snacks tematizados, entretenimento e uma mudança de paisagem durante a noite, com as plantas interagindo ao toque dos visitantes e ganhando aqueles tons néons lindos que vimos em Avatar. Até o momento, o sucesso que o Animal Kingdom tanto precisava para dar uma melhorada em seu line-up de atrações.
Volcano Bay
Do outro lado, o Universal Orlando Resort não ficou de braços cruzados. Ela pegou a ideia de um parque aquático regular e a elevou para um novo nível. O Volcano Bay é o contrário de Pandora e da tendência atual nos parques. Nada de franquias conhecidas aqui. O local é uma criação do zero. Segundo a lenda, o povo Waturi viajou por todo o oceano até encontrar este paraíso, e a ilha se tornou seu lar.
A imersão na história vai além do que a Disney criou nos vizinhos Typhoon Lagoon e Blizzard Beach. Parece haver algum tipo de decoração especial espalhado em cada canto do Volcano Bay. Novamente, como em Pandora, o principal elemento da arquitetura é o ponto forte do parque: o vulcão de 61 metros de altura Krakatau, lar de algumas das atrações do parque.
É lá que fica a Krakatau Aqua Coaster, divulgada como uma montanha-russa de verdade, porém na água. Quem foi gostou, e garante que a atração é realmente radical e dá os frios na barriga típicos de uma montanha-russa. Graças ao uso inédito de imãs em um parque aquático, que consegue fazer com que as boias subam, e não somente desçam. Nossos parceiros do Theme Park Insider testaram e aprovaram:
Um dos maiores investimentos do Universal Studios no Volcano Bay não é só nas atrações e visual. Ela substituiu as tradicionais filas neste parque com a pulseira “TapuTapu“. Ela não é utilizada apenas para pedir um lugar na fila virtual de uma atração, mas também pode ser usada para reservar e abrir armários e fazer pagamentos em todo o parque, quando conectada a um cartão de crédito.
Sim, a Disney abriu este novo caminho com as MagicBands há algum tempo. Mas, ao eliminar as filas de espera, o Universal Studios tem o potencial para um sistema ainda mais coerente e de fácil utilização. Basta tocar na pulseira para reivindicar o seu lugar na fila. Em seguida, vá se sentar na praia, flutuar num rio lento, pegar uma bebida no bar, tanto faz. A tela do TapuTapu lhe dirá quando é a sua vez de ir na atração! Sem reservas com antecedência ou através de um aplicativo.
Acrescente a isto um cardápio completo de comidas tematizadas e mais atrações aquáticas, e o Universal Studios finalmente poderá ter um terceiro parque no complexo para chamar de seu. As empresas não costumam incorporar os parques aquáticos em sua contagem, mas o Universal Orlando Resort tem colocado o Volcano Bay na conta.
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