Roaring Rapids (Shanghai Disneyland – Adventure Isle)
Tipo: passeio em boia gigante Duração: 6 minutos Tamanho das filas: grande Filas especiais: Fastpass Termômetro do medo: 2 de 5 (queda; monstro assustador) Possibilidade de ficar molhado: 4 de 5 Restrição de altura: crianças com menos de 107cm não podem entrar na atração
Dá uma dor no coração dizer isso, mas a atração Roaring Rapids foi a minha maior decepção na Shanghai Disneyland. A atração não é ruim, de modo algum. Mas a Disney fez tanto alarde sobre ela nos meses antes da inauguração do parque, e a área onde ela fica, a Adventure Isle, é tão incrível, que eu tinha altíssimas expectativas. No fim, faltam elementos cruciais para que o brinquedo deixe de ser um simples passeio de corredeiras para se tonar uma atração realmente inesquecível dos parques Disney.
A história por trás da Roaring Rapids
A Roaring Rapids se passa dentro e ao redor da Roaring Mountain. De acordo com a história oficial criada pela Disney, ela é o ponto mais alto de uma ilha conhecida como Adventure Isle, descoberta recentemente em uma expedição do grupo de exploradores chamado Liga das Aventuras (“League of Adventures”, nenhuma relação com a Sociedade dos Exploradores e Aventureiros, também criada pela Disney). Até então, apenas os indígenas Arbori moravam nesta parte do mundo. Felizmente, a tribo era pacífica e deu as boas-vindas à Liga de braços abertos, pois estava tão curiosa sobre o grupo de cientistas quanto os exploradores estavam em conhecer os costumes e artefatos utilizados pelos Arboris.
Nos dias de hoje, a Adventure Isle é o lar de diferentes atividades organizadas pela Liga, para que possamos conhecer a natureza local e o estilo de vida de seus habitantes. A Roaring Rapids é uma delas, um cruzeiro que leva os visitantes para ver a linda montanha, por dentro e por fora. Porém, como muitos estrangeiros em terras desconhecidas, os cientistas decidiram ignorar a crença local dos Arbori de que, dentro desse exterior rochoso, vive uma criatura feroz, pronta para atacar qualquer pessoa que ouse perturbá-la. Seu nome é Q’araq. Sua aparência é a de uma crocodilo gigante, com partes do corpo como a de um dinossauro.
Ótima história, não é mesmo? Infelizmente, ela é ignorada antes, durante e depois de andarmos na Roaring Rapids.
Passeando na Roaring Mountain
Há um ou outro elemento da League of Adventures na fila, mas nada que se compare com o trabalho realizado pelos Imagineers na Expedition Everest, do Animal Kingdom, por exemplo. Os visitantes embarcam naquelas típicas boias grandes deste tipo de atração, para até oito pessoas, sem entender completamente qual é a história da atração. Pior ainda é o quão entendiante é a primeira parte da Roaring Rapids. As boias flutuam, avançando lentamente. Os visitantes olham ao redor, podem ver um cenário agradável e ouvir alguns sons da natureza, mas basicamente é isso.
Talvez esta fosse a proposta dos Imagineers; uma mudança drástica da vida agitada de um parque temático para a calma e paz da Roaring Mountain. Uma proposta interessante do meu ponto de vista, mas não para este tipo de atração. E não por tanto tempo. Quando embarcamos em um passeio de corredeiras, queremos sentir adrenalina. Queremos nos molhar; queremos curvas súbitas do nada. Queremos emoção, algo! E nada acontece na Roaring Rapids por (longos) minutos.
Finalmente, algo novo surge no horizonte. A jangada se aproxima da boca de uma caverna e entramos nela. Já sabia da história de Q’araq e que estávamos prestes a enfrentá-lo dentro desse lugar por conta da exposição dedicada ao parque na D23 Expo 2015. Sabia também que a criatura seria enorme e aterrorizante. Então, admito que fiquei bem tensa durante os 2 minutos que flutuamos pela caverna. O ambiente definitivamente ajuda. Todo o silêncio anterior é substituído por grunhidos do monstro. Há até uma queda do nada, que acontece no meio da quase escuridão da caverna.
E aí vem o grande momento; a criatura Q’araq, um incrível Audio-Animatronics, aparece e chega tão perto do barco que parece poder realmente atacar a boia e nos machucar! Eu estava andando ao lado de uma família com crianças pequenas, e elas ficaram genuinamente assustadas. Se essa era a intenção da Disney, missão cumprida.
Mas a Roaring Rapids se resume a isso. Nós deixamos a caverna, o ponto alto da atração, e continuamos através das correntezas. O barco vai um pouco mais rápido do que na parte inicial, nós nos molhamos, mas nada em comparação com o que acontece na Grizzly River Run (Disney California Adventure) ou Popeee & Bluto’s Bilge-Rat Barges (Islands of Adventure), só para citar alguns exemplos de ótimos passeios deste estilo. É engraçado que, às vezes, odiamos ficar encharcados após um passeio de corredeiras. Mas quando isso não acontece, parece que ficou faltando algo. Mesmo a grande queda no final (grande para esse tipo de passeio, pelo menos) não é tudo isso. Para piorar as coisas, às vezes um monte de boias ficam paradas no local logo antes da queda, então sabemos exatamente o que está por vir; o elemento de surpresa, como na queda da caverna, é desperdiçado…
Além de Q’araq e da caverna, a Roaring Rapids não parece uma atração dos parques Disney. Onde estão os cenarios elaborados? Os elementos visuais? Como faço para entender a história por trás da atração se eu não ler este post? Por que gastar muito dinheiro na criação de um Audio-Animatronic incrível se ele não vem acompanhado por mais nada bacana? Ela acaba se tornando um brinquedo que poderia facilmente estar em um parque Busch Gardens / Six Flags, e se encaixaria melhor do que em um parque Disney.
Eu sei que não devemos esperar muito de atrações de boias gigantes. Mas isso não é o que a Disney anunciou para Roaring Rapids. Mesmo assim, aconselho que você confira por si próprio numa vistia à Shanghai Disneyland. Espero que goste mais da atração, agora que sabe de seus defeitos com antecedência. E se prepare para as filas longas, este é um dos brinquedos mais lotados do parque.
- 10 de August de 2017
- Adventure Isle, Disney, Q'araq, Roaring Rapids, Shanghai Disney Resort, Shanghai Disneyland
Humberto
10 de agosto de 2017Talvez futuras renovações estejam por vir pra essa atração
Renata Primavera
11 de agosto de 2017Muito improvável, Humberto! O parque está focado em abrir sua nova área de Toy Story e, como comentamos no texto, ela vive lotada, é um sucesso, apesar de não termos gostado...